quarta-feira, 12 de novembro de 2014

A formação dos professores e o seu papel no processo de alfabetização digital



No processo de ensino- aprendizagem, o professor como mediador precisa compreender a importância de alfabetizar considerando os novos modelos existentes na sociedade e na era moderna. A alfabetização digital requer o envolvimento do professor tanto com o aluno quanto com o recurso, e que o mesmo seja capaz de reflexões críticas para superar as necessidades que ainda se encontram para realizar esse aprendizado. 
Para Tavares (2007) a reflexão crítica na formação docente pode contribuir para a superação de perspectivas reducionistas, como:
“o simples treinamento do professor em aspectos tecnológicos (...), ou em técnicas de interação on-line (...), ênfase na experimentação prática, em que se aprende simplesmente fazendo, sem um estudo mais aprofundado e sistemático sobre o assunto (...)”.
      Ao falar da contribuição da perspectiva psicogenética para a área da alfabetização, Soares (2004: 10-11) mostra que a criança deixa de ser dependente de estímulos externos para aprender o sistema de escrita e passa a ser sujeito que interage com a língua em seus usos e práticas sociais, ou seja, ela passa a interagir com o material autêntico de leitura, não os artificialmente criados para que ela aprenda a ler. Por outro lado, essa contribuição foi mal interpretada e muitos professores passaram a crer que apenas a exposição a materiais escritos múltiplos e o convívio com o material escrito que circula nas práticas sociais fossem necessários para que a criança fosse alfabetizada (SOARES, op. cit: 11).
       Em outras palavras, parece que houve uma mudança de um extremo, a alfabetização, entendida como a decodificação do signo lingüístico, aquisição do sistema convencional de escrita para outro extremo, o letramento, compreendido como processo contínuo de desenvolvimento de habilidades de uso desse sistema de escrita em atividades de leitura e escrita nas práticas sociais que envolvem a língua escrita. No contexto do letramento digital, acrescentamos que ser letrado é poder interagir da maneira descrita pelos autores em ambientes digitais, isto é, realizando práticas de leitura e escrita que diferem das práticas tradicionais. É saber pesquisar, selecionar, utilizar as diversas ferramentas disponíveis para cumprir propósitos variados, é se relacionar com seus pares, aprender constantemente, construir, transformar, reconstruir, exercer autoria, compartilhar conhecimento etc., sempre utilizando os recursos da Web, quer para sua vida pessoal ou profissional. E, no caso específico dos professores, seja para aula presencial, à distância ou uma hibridização entre essas duas possibilidades.
    Assim, ao se pensar na formação de professores em contextos digitais, é necessário levar em consideração em qual dos três estágios do contínuo o professor se encontra. Da mesma maneira que não é possível que a criança se alfabetize plenamente apenas porque é exposta ao código escrito, sem a intervenção de um adulto, a mediação de um professor, uma pessoa não se tornará letrada eletrônica apenas utilizando intuitivamente os recursos de um computador. É necessário haver a presença do professor para que a aquisição desse letramento também seja facilitada.
     Na formação de professores, os formadores precisam incluir nas agendas espaço para que essas demonstrações aconteçam de forma a atenuar o impacto inicial daqueles que ainda não têm tanta familiaridade com as novas tecnologias.
    Alguns conceitos a respeito da conscientização dos professores assim como o seu trabalho com as tecnologias, estão disponíveis em um artigo que nos favoreceu um ampliamento da visão educacional e eficácia da presença do recurso midiático. Esse artigo também desenvolve a reflexão por parte das visões de educadores que correspondem à temática.
   Acesse o artigo aqui: http://www.hipertextus.net/volume8/01-Hipertextus-Vol8-Solimar-Patriota-Silva.pdf

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